Os consumidores estão pensando mais antes de comprar um imóvel, mas segundo especialistas não há motivo para preocupação. “Não vai acontecer nenhuma crise em relação à taxa, porque já está pré-fixada”, afirma o comerciante Rodolfo Augusto.
Mesmo com a crise global nos mercados financeiros, que começou no setor imobiliário americano, quem já fechou negócio continua otimista. “A gente tem bastante fé que esse negócio tenha sido bem feito”, diz o nutricionista Luiz Paulino, que acaba de comprar um imóvel. “A base de tudo é planejar. Crises virão, então a gente tem que planejar e ver se realmente cabe nas nossas condições”, concorda o analista financeiro Giliard Gomes.
O consumidor está certo. O momento mundial realmente pede cautela, mas segundo especialistas, a crise americana não tem chance de se repetir no mercado brasileiro. Há muitas diferenças entre os dois mercados, sobretudo em relação ao percentual financiado do valor dos imóveis.
Estados Unidos X Brasil
Nos Estados Unidos, é possível financiar mais de 100% do imóvel. Já o brasileiro empresta em média 60% do valor do imóvel. “Quanto menor o valor do financiamento, maior a garantia de quem está emprestando dinheiro”, diz Celso Petrucci, Diretor Executivo do Secovi.
O americano refinancia a dívida antes de pagar, enquanto o brasileiro paga adiantado. “Ele toma o financiamento em 15, 18 e 20 anos, mas paga esse financiamento em oito, 10 ou 12 anos. Já o brasileiro não gosta de ficar devendo durante muitos anos”, compara Petrucci.
Outra diferença está nos juros. No Brasil, as taxas são muito altas, por isso os bancos não precisam emprestar dinheiro para muita gente para obter retorno. Por outro lado, nos Estados Unidos pode-se dizer que o dinheiro é “mais barato”, e os bancos emprestaram até para quem não tinha condições de pagar. Assim, a inadimplência disparou.
Lá, ainda por cima, os bancos entregam o dinheiro para os proprietários, que começaram a usar este crédito para pagar outras dívidas. Aqui, o banco repassa o dinheiro direto para quem vendeu o imóvel.
Apesar das diferenças, a crise mundial já começa a refletir no país. Pelo menos três grandes bancos já aumentaram as taxas cobradas em financiamentos da casa própria.
“A principal diferença é a maturidade dos dois mercados“, resume Celso Petrucci.
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